An End to Fate

sexta-feira, outubro 14, 2005

Sobre honra - Capítulo 9 - "Não corra. Sou eu."

Antes de tudo gostaria de pedir desculpas a quem lê isso aqui pela demora. Algumas coisas estavam me segurando.

O que é honra? Bem, honra é algo que transcende estas cinco letrinhas. É como verdade, justiça, amor; uma palavra que na verdade é uma aproximação para algo que não se pode definir precisamente. Mas, segundo o dicionário, o que é honra?

Honra s.f. (lat. honorare, honrar). 1. Sentimento de dignidade moral que faz agira de modo a conservar a própria estima e merecer a dos outros; 2. Testemunho ou prova de estima, de consideração; veneração, reconhecimento. 3. Boa reputação, glória adquiridas por virtude, coragem, talento. 4. Distinção, graça, privilégio. 5. Castidade, pureza, inocência. / s.f.pl. 1. Manifestações particulares de respeito. 2. Honraria.

Não colocarei minha definição de honra, até porque não tenho uma, mas acredito que ela engrandece o homem, ainda mais se junto a ela estiverem virtudes e outros sentimentos bons.
Não esquecendo o fato de que também existe um lado sombrio da honra. Afinal, vários crimes
já foram cometidos em nome dela. Assim como vários atos sublimes também já foram feitos em seu nome.

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Estava escuro. Como a maioria das vezes. Mas dessa vez estava demorando para clarear. Seria isso a morte? Não. A morte deveria ser algo mais desapontador... calor chegando. Sente-se a presença do corpo. Sente-se o sangue fluir pelas veias e artérias.
- Droga! - Pensa o homem.

Rapidamente ergue-se e observa as várias ataduras. Rasga-as e se levanta. Não confia em médicos. Precisa sair.
A porta se abre com cuidado e outro homem entra. Os dois homens se reconhecem.
- Hã? Você está acordado?
- Quero sair.
O outro homem observa a fisionomia do primeiro.
- A sua filha deixou essas flores pra você.
- ...
- Você precisa ficar aqui por enquanto. Dessa vez você matou gente demais. Chamou a atenção.
- Eu preciso sair...
O homem pega suas roupas em cima de uma mesa e caminha na direção da porta.
- Klaus...
- Deixe-me passar.
- Tudo bem, mas vou com você.

Os dois homens começam a andar pelo corredor lateral, algumas enfermeiras se afastam.
Uma delas corre atrás da médica. Esta, ao saber do paciente saindo, tenta impedi-lo.
- Você não pode sair. Não está totalmente recuperado.
- Doutora, a senhora não vai me estudar.
- Eu estou preocupada com o seu bem est...- ao que o homem interrompe:
- A senhora está se expondo demais à radiação.
A médica pára.
Sente um arrepio ao sentir a voz afiada do homem.
- Descanse doutora. A senhora está pálida. - Conclui o homem ao passar pela médica.

Então os dois homens saem do hospital, entram no carro e se dirigem ao norte, avançam por uma grande avenida, depois viram a esquerda depois do antigo aeroporto, em direção a praia. Meia hora depois, estão na frente da casa próxima da praia.
O primeiro homem abre o portão e o outro o acompanha até os fundos da casa onde há um alçapão, que é aberto e os dois entram num porão subterrâneo.

- O que é isso? - pergunta o segundo homem.
O primeiro homem acende uma luz fraquíssima.
- É impossível cultivar tulipas negras sob o sol de Recife. Aqui embaixo é mais frio, mas não há sol. Então eu as cultivo para medir a minha emissão.
- ... como isso aconteceu com você?
- Não importa agora.
- Foi isso que ... - o primeiro homem interrompe o segundo novamente:
- Foi isso que matou minha família sim.
Surge um silêncio entre os dois.
- Você sabe o que eu acho sobre isso.
- Eles estão mortos, isso é tudo o que importa.
Os dois homens se encaram e após algum tempo os dois meneam a cabeça em concordata.

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Trilha sonora:

Cure - Burn (The Crow Soundtrack)