An End to Fate

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Intermission - As roupas velhas do imperador

Um dos maiores problemas em escrever o Recife Runs é o número de personagens, e como dar a cada um deles o que fazer... depois do capítulo 12 eu mentalizei o que eu queria pro 13 e 14, mas percebi que não aconteciam muitas coisas, mas davam passos enormes em direção ao final da história (sim, a história tem final), sem contar que eu não fiquei satisfeito com eles, então eu peguei o que prestava e guardei, então por enquanto esses episódios vão ter de esperar um pouco. Mas não te desesperes caro leitor (sim, você é muito caro pra mim, afinal, você tem saco de vir aqui, mesmo sem nenhuma garantia que eu irei abandonar tudo e parar de escrever e, você sabe, eu aprecio quem aprecia o que eu escrevo), espero poder postar pelo menos o próximo capítulo antes do recesso acabar, mas enquanto o próximo capítulo não chega, vou colocar aqui um conto que eu li achei sensacional.

As roupas velhas do imperador
por Sir Charles Antony Richard Hoare (ganhador do prêmio Turing de 1980)

Há muitos anos atrás, havia um imperador que era tão excessivamente orgulhoso de suas roupas que ele gastou todo o seu dinheiro em vestimentas. Ele não se incomodou com soldados, atender a banquetes ou julgar criminosos. De qualquer outro rei ou imperador se pode dizer, "ele está sentado no tribunal", mas dele sempre se dizia, "o imperador está sentado no seu guarda-roupas". E assim ele era. Numa ocasião desafortunada, ele havia sido enganado para que saísse nu para o seu vexame e o júbilo de seu séquito. Ele então resolveu que nunca mais sairia de seu trono, e para evitar nudez, ele ordenou que cada uma das suas várias novas roupas deveriam simplesmente serem costuradas em cima da velha.

O tempo passou tranquilamente na grande cidade que era sua capital. Ministros e membros da corte, tecelões e alfaiates, visitantes e súditos, costureiras e bordadores iam e viam da sala do trono nas suas numerosas tarefas e todos eles exclamavam, "como é magnífica a vestimenta de nosso imperador."

Um dia, o ministro mais antigo e mais fiel do imperador ouviu falar do mais distinto alfaiate que ensinava num antigo instituto de alta costura, e que havia desenvolvido um novo tipo de bordado abstrato que utilizava agulhas tão refinadas que ninguém conseguiria dizer se elas estava lá mesmo. "Essas devem ser, verdadeiramente, agulhas esplêndidas," pensou o ministro. "Se nós pudermos fazer com que esse alfaiate nos aconselhe, nós elevaremos os adornos de nosso imperador a tal nível de ostentação que todo o mundo terá que reconhecê-lo como o maior imperador que já existiu."

E entãoo velho e honesto ministro foi ao encontro do mestre alfaiate e pagou uma fortuna para que ele viesse até o reino. O alfaiate foi levao à sala do reino onde ele fez uma reverência ao amontoado de boas roupas que agora cobria completamente o trono. Toda a corte esperou ansiosamente pelos seus conselhos. Imaginem agora, a surpresa que se deu quando o seu conselho não foi adiciona sofisticação e mais bordados intrincados como os que já existiam, mas sim remover camadas de tanta fineza e tentar simplicidade e elegância no lugar de elaboração extravagante. "Esse alfaiate não é o especialista que diz ser", murmurou a corte. "Seu raciocínio tornou-se falho pelo longo tempo em contemplação em sua torre de marfim e ele não mais compreende as necessidades estilísticas de um imperador moderno. "

O alfaiate discutiu alto e longamente pelo bom senso de seu conselho, mas não pôde se fazer ouvir. Finalmente, ele aceitou seu estipêndio e retornou para sua torre de marfim.
Nunca até hoje se sabe a verdade dessa história: que numa bela manhã, quando o imperador se sentiu com calor e entediado, ele despiu-se cuidadosamente de sua montanha de roupas e agora está vivendo feliz como um pasto de porcos em uma outra estória. O alfaiate é canonizado como o santo protetor de todos os consultores, porque apesar do enorme lucro que ele conseguiu obter, ele nunca foi capaz de convencer seus clientes que as suas roupas não tinham imperador algum.

3 Comments:

  • Por quanto, então aguardamos, Sr... realmente a quantidade de personagens é um problema, poder evolui-los, cada um a seu modo, sempre é dificil, só n esperava estar perto do final.

    O conto é legal, legal de ler e refletir.

    Até o proximo post!

    By Blogger Caius, at 10:46 AM  

  • Oie.. td bem?? bom vc não me conhece, ou melhor até me conhece só que com outro nome.. talvez sua irmã me conheça melhor... bom não importa.. hehe quero dizer que são muito bons seus textos..e que o desenrolar do conto tá beeeem legal, ainda não li tudo, mas estou ansiosa por ler, sempre evoluir uma história sem comprometer um ou outro personagem ou ainda se contradizer é realmente complicado, mas arrisco me a dizer que vc está lidando com isso muito bem. Vou voltar p/ descobrir a evolução dos personagens e a sua propria enquanto vai permeando as linhas com toda sua criatividade, a cada passo, a cada linha nossas palavras e idéias se tornam mais grandiosas refletindo em construções magníficas. Parabéns.. Bom vou assinar como talvez me conheça.. Ramona... qq dúvida pergunte ao Karl ou a Viola ;-)

    By Anonymous Anônimo, at 9:35 PM  

  • parabéns brow, está mto interessante e espero que vc consiga desenrolar ainda melhor a história!

    spell

    By Anonymous Anônimo, at 8:15 PM  

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